tato

tato abstrato

puro retrato

do que nao senti.

falso relato

descrito de fato

com as mãos que o vi.

tocado sem vista

não há esconderijo

pra tudo o que toco.

estas em minhas maos

despido de tudo

que era o foco.

qual palavra SUbItA de despertar
pode ser dita ?
eu de fora mas junto, aflita.

percebo as entranhas que te fazem florida.
não se faça tolida.
não deixe a sede chegar.

permeio pensamentos
e se preciso for, os sustento em mim
pra que não os deixe morrer.

que seu grito alcance as estrelas
e o sorriso abrace os transeuntes.

...e no adormecer

nos tornamos todos iguais.

a mesma inercia

melhor compreendida como inocência.

transfere a cara de zé

pinga na perna de paula
tinta da cara do outro.
desfeito do que o escondia
em paula ficou sua cara.

corre e se lava, oh paula.
senta e acha seu antigo eu.
larga a face daquele que trava
sua maneira de viver.

paula empalhada com cara de zé.
como ele fez a magia da tinta ?
despiu-se pingando na perna de paula
tudo que lhe faria uma alma "des-tinta".

trapeziando pela vida,

nem lá

nem cá.

por aí, inequilibradamente,

feito pernas descompassadas

abafados feito pão na torradeira

seus pensamentos já não são.

só resta a certeza de não querer ser

o que insiste em permanecer.

a visão do futuro que teima em se tornar presente

torna seus dias mais curtos

cerra seus punhos

transforma qualquer " um dia......."

em aqui e agora.