libido

racionalidade que por vezes atrapalha;
corta feito navalha
toda minha impulsão.

sentido, mas nem sempre vivido.
armazenado feito pão velho
fica o tesão.

largada ao que sobra
fico com as ideias
e pra te ter por perto
conto com a imaginação.

as chances perdidas
não fecham feridas
abertas por sua ausencia.

me resta esperar
que numa breve sequencia
o impulso
vença a razão.

sei seu cheiro, seu jeito, seu sorriso.
mas logo digo: não é disso que preciso.

quero interceptar as nuances de seus olhares.
perceber seus sentidos,
cultivar seu desejo cheio de ecos.

faça de mim protagonista de sua imaginação.
e se quiseres que eu participe,
que seja de longe:

imaginativa,
mas sem tentativas.

o frisson que me causas
transcende o desejo.

me instigue
e eu, mesmo sem te querer,
prometo ser sua eterna fantasia.

L A D R A

saldo da sorte

de ser quem és

se resume em lagrimas

transcorridas pelos dias sem ti.

disparos cardiacos incontrolaveis

a cada vez que reapareces sem avisar

e roubas meu coração.

são frações de frações de segundos

que me tomam o ar,

apagam o mundo ao redor

e fecham a porta.

inebriado,

sobriamente embreagado por sua presença.

Passargada

acidente de percurso
que quebrou a monotonia.

sozinho ia..ia...ia... e não sorria.
fazia mas não sentia.
existia, mas não vivia.

agora tudo são flores
foram-se as dores,
pavores
e
temores.

acabou-se a cor pastel.
aprendeu a ver o céu
e abrir um sorriso.

bem vindo a passargada!